Sherif Ali (Omar Sharif) e Lawrence (Peter O' Toole), protagonistas de uma das maiores obras-primas do cinema |
T.O.: Lawrence of Arabia. Real.: David Lean. Int.: Peter O' Toole, Alec Guinness e Omar Sharif. Origem: Grã-Bretanha/EUA, 1962.
Sinopse: Em 1916, em plena 1ª Guerra Mundial, T. E. Lawrence, um audacioso oficial do Exército Britânico, é encarregue pelo governo do seu país de uma missão quase impossível: unificar as tribos árabes e levá-las a combater o exército turco, aliado do exército alemão.
Comemoraram-se, no ano passado, 50 anos desde que Lawrence da Arábia se estreou nos cinemas. E em boa hora a distribuidora Columbia Tristar Warner, em parceria com as sessões clássicas do El Corte Inglés em Lisboa e no Porto (UCI), trouxe de novo a possibilidade de devolver "a César o que é de César". Que é como quem diz, trazer de volta o cinema ao seu devido lugar, à grande tela. Não existe outro lugar onde a obra-prima superlativa de David Lean possa viver, além dos nossos corações. Volvido mais de meio século, o que se pode mais escrever sobre Lawrence da Arábia? À data vale a pena observar dois pontos: primeiro, provar (para uns novamente, para outros pela primeira vez) a magia divina de um filme tão singular, tão assombroso quanto notável hoje como no dia em que se estreou, sem esquecer, num segundo prisma, o facto de a sua reposição em cinema nos recordar o valor da sala escura, numa era ingrata de smartphones e tablets; é em sala que encontramos o lugar onde se desafiam horizontes, se vivem histórias únicas onde o impossível pode, simplesmente, acontecer sem igual - e sem rival. Ou seja, o regresso do colossal Lawrence tem o dom de nos transportar para a mente, tão audaciosa quanto sombria, de um herói maior que a vida, devoto a um império mas apaixonado por outros ares e culturas do mundo, em busca de uma identidade global sem querer perder a sua noção individual. O filme é, a par de muito poucos de toda a história da Sétima Arte, dos mais perfeitos e exímios exemplos da magistral arte cinematográfica. E o fantástico restauro em homenagem aos seus 50 anos são acima de tudo, uma sentida homenagem ao próprio cinema. É já um dos grandes acontecimentos cinematográficos deste ano.
A reposição em sala possibilita, com um argumento de ferro, um elenco com actores de primeira água e um domínio de câmara, tão romanticamente livre quanto geometricamente coordenado, que possamos verdadeiramente compreender e absorver os efeitos, por exemplo, do brilhante uso de uma grande angular, da força da luminosidade, da noção exacta da montagem, da devida extensão temporal de um plano, do jogo entre os seus simbolismos e ainda o devido uso do som e do valor de uma poderosa banda sonora. E depois dos 216 minutos encontramo-nos absolutamente esmagados e a pedir por mais. E percebemos que nunca tínhamos visto nada assim (filme) naquele formato (em sala). Imperativo para todos.
Comemoraram-se, no ano passado, 50 anos desde que Lawrence da Arábia se estreou nos cinemas. E em boa hora a distribuidora Columbia Tristar Warner, em parceria com as sessões clássicas do El Corte Inglés em Lisboa e no Porto (UCI), trouxe de novo a possibilidade de devolver "a César o que é de César". Que é como quem diz, trazer de volta o cinema ao seu devido lugar, à grande tela. Não existe outro lugar onde a obra-prima superlativa de David Lean possa viver, além dos nossos corações. Volvido mais de meio século, o que se pode mais escrever sobre Lawrence da Arábia? À data vale a pena observar dois pontos: primeiro, provar (para uns novamente, para outros pela primeira vez) a magia divina de um filme tão singular, tão assombroso quanto notável hoje como no dia em que se estreou, sem esquecer, num segundo prisma, o facto de a sua reposição em cinema nos recordar o valor da sala escura, numa era ingrata de smartphones e tablets; é em sala que encontramos o lugar onde se desafiam horizontes, se vivem histórias únicas onde o impossível pode, simplesmente, acontecer sem igual - e sem rival. Ou seja, o regresso do colossal Lawrence tem o dom de nos transportar para a mente, tão audaciosa quanto sombria, de um herói maior que a vida, devoto a um império mas apaixonado por outros ares e culturas do mundo, em busca de uma identidade global sem querer perder a sua noção individual. O filme é, a par de muito poucos de toda a história da Sétima Arte, dos mais perfeitos e exímios exemplos da magistral arte cinematográfica. E o fantástico restauro em homenagem aos seus 50 anos são acima de tudo, uma sentida homenagem ao próprio cinema. É já um dos grandes acontecimentos cinematográficos deste ano.
A reposição em sala possibilita, com um argumento de ferro, um elenco com actores de primeira água e um domínio de câmara, tão romanticamente livre quanto geometricamente coordenado, que possamos verdadeiramente compreender e absorver os efeitos, por exemplo, do brilhante uso de uma grande angular, da força da luminosidade, da noção exacta da montagem, da devida extensão temporal de um plano, do jogo entre os seus simbolismos e ainda o devido uso do som e do valor de uma poderosa banda sonora. E depois dos 216 minutos encontramo-nos absolutamente esmagados e a pedir por mais. E percebemos que nunca tínhamos visto nada assim (filme) naquele formato (em sala). Imperativo para todos.